São consideradas indicações do
uso de ácido acetilsalicílico: Síndrome coronariana aguda; Infarto agudo do miocárdio com(presença ou
aussência?) da elevação de segmento ST ou não-Q; Prevenção do tromboembolismo cerebral ou de ataques
isquêmicos transitórios; Trombose cerebral; Dismenorreia; Febre (contraindicada em crianças, especialmente em
quadros virais, pelo risco deSíndrome
de Reye); Dor de
cabeça; Prevenção primária ou secundária do infarto miocárdico, incluindo prevenção pósangioplastia; Osteoartrite; Dor; Outras indicações de inibição da agregação
plaquetária; Tratamento da artrite
reumatoide, artrite juvenil, osteoartrite ou artrose; Febre reumática; Tratamento da doença
de Kawasaki; Aterosclerose; Profilaxia da demência multi-infarto e Tratamento da diabetes. Essas são indicações que são sujeitas a estudos de
negação, onde veremos no Volume V, Tomo III, Farmacologia Clínica:
Farmacocinética e Farmacodinâmica de autoria do Professor César Venâncio.
Contraindicações e precauções:
Exceto em circunstâncias especiais, esta medicação não deve ser usada quando os
seguintes problemas médicos existem: É totalmente contra-indicado em casos de
suspeita de dengue pois pode levar ao
quadro de hemorragia fatal. Úlcera péptica activa; Estados hemorrágicos; Hemofilia ou outros problemas com hemorragias,
incluindo perturbações na coagulação ou na função plaquetária; Angioedema, anafilaxia, história de qualquer outra reacção severa de
sensibilidade induzida pela ácido acetilsalicílico ou outros AINEs; Pólipos
nasais associados com asma, induzida ou exacerbada pelo
ácido acetilsalicílico; Trombocitopenia (devido ao risco
aumentado de hemorragia). Aspirina nunca pode
ser ministrada em casos de dengue.
O risco-benefício deve ser
considerado quando os seguintes problemas médicos existem: Anemia (pode ser exacerbada pela perda sanguínea
gastrointestinal; a vasodilatação periférica induzida pelos salicilatos pode
também conduzir a uma pseudoanemia); Circunstâncias que predispõem à retenção
de fluidos, como o comprometimento da função cardíaca ou hipertensão; Gastrite erosiva; Úlcera péptica; Gota (pode aumentar as concentrações sanguíneas
de ácido
úrico e pode interferir com a eficácia dos medicamentos uricosúricos); Deficiências
na função hepática (salicilatos são metabolizados a nível hepático; assim, os
pacientes com cirrose podem ser mais
susceptíveis aos efeitos adversos a nível renal; na falha hepática grave, a
inibição da função das plaquetas pelo ácido acetilsalicílico pode aumentar o
risco do hemorragias); Deficiência de vitamina K ou hipoprotrombinemia (risco aumentado de
hemorragias devido à acção antiplaquetária e ao efeito hipoprotrombinemico de
doses elevadas dos salicilatos); Deficiências na função renal (a eliminação dos
salicilatos pode estar reduzida, levando a um aumento do risco de efeitos
adversos renais); Lúpus eritomatoso (nestes
pacientes existe o risco de uma filtração glomerular diminuída); Tirotoxicose (pode ser exacerbada por doses elevadas); Asma (risco aumentado de reacção de sensibilidade
broncoespástica); Deficiência em Glucose-6-fosfato desidrogenase - G6PD ( risco de
causar anemia hemolítica, ainda que raramente); Nos
imunodeprimidos (pode mascarar os sintomas de uma infecção); Nas crianças com
menos de 12 anos e no aleitamento deve ser evitado o uso de ácido
acetilsalicílico (devido ao risco de síndrome
de Reye).
Nas formulações que
contêm cafeína: Doença cardíaca severa (doses elevadas de
cafeína podem aumentar o risco de taquicardia ou extra-sístole, que pode conduzir a falha
cardíaca); História anterior de sensibilidade à cafeína.
Efeitos adversos: Mais frequentes - Dor abdominal com cólicas; Irritação
gastrointestinal; Dor
precordial; Condições hipersecretórias; Náuseas e vômitos; Raros -
Reações alérgicas, incluindo dermatite e anafilaxia; Anemia por sangramento gastrointestinal crônico ou
hemólise por deficiência
de G6PD ou de piruvato quinase; Angioedema; Anorexia; Broncoespasmo; Hepatite tóxica; Hemorragia gastrointestinal por gastropatia medicamentosa ou úlceras gastrointestinais; Trombocitopenia; Síndrome
de Reye, uma doença rara, porém grave e rapidamente progressiva, caracterizada
por esteatose microvesicular eencefalopatia metabólica. Pode ocorrer
em crianças de qualquer idade com quadro viral (geralmente influenza ou varicela) associada ao uso de ácido acetilsalicílico. Por
esse motivo, está contraindicada em crianças com quadro viral ou febre.
Resistência ao ácido
acetilsalicílico: A resistência ao ácido acetilsalicílico é a incapacidade do ácido
acetilsalicílico reduzir a produção plaquetária do tromboxano A2 e desse modo,
a ativação e a agregação das plaquetas. Os graus crescentes de resistência ao ácido
acetilsalicílico podem correlacionar-se independentemente com o aumento do
risco de eventos cardiovasculares. A resistência ao ácido acetilsalicílico pode
ser detectada por testes laboratoriais de produção do tromboxano A2 das
plaquetas ou da função das plaquetas, que dependem da produção plaquetária do
tromboxano. As potenciais causas da resistência ao ácido acetilsalicílico
incluem: dose inadequada, interacções medicamentosas, polimorfismos genéticos
da COX-1 e de outros genes envolvidos na biossíntese do tromboxano, feedback positivo
de fontes não plaquetárias de biossíntese do tromboxano, e aumento do turnover das
plaquetas. A resistência ao ácido acetilsalicílico pode ser superada tratando a
causa ou as causas, e ser reduzida minimizando a produção e a actividade do
tromboxano, ou ainda bloqueando outras vias de activação das plaquetas.
Interações Medicamentosa: O
ácido acetilsalicílico pode interagir com outras drogas. Alguns exemplos: Paracetamol; Álcool; AINEs; Anticonvulsivantes fenitoína e ácido valproico; Agentes antidiabéticos (insulina, sulfonilureias); Antieméticos, incluindo anti-histamínicos e fenotiazinas; Corticosteroides ou Corticotropina (ACTH), uso terapêutico
crónico(drugs,lara); Zidovudina; Inibidores da enzima
conversora de angiotensina (ECA); Furosemida; Laxativos, contendo celulose; Metotrexato; Medicamentos ototóxicos, especialmente Vancomicina; Probenecida ou Sulfinpirazona; Niacina; Vitamina K.
Deve também ser considerada a
possibilidade de efeitos aditivos ou múltiplos que conduzem a danos na formação
de coágulos sanguíneos e/ou que o risco aumentado de sangramento podem ocorrer
se um salicilato, especialmente ácido acetilsalicílico, for usado
simultaneamente com qualquer medicamento que possua um potencial significativo
para causar hipoprotrombinemia, trombocitopenia, ou ulceração ou hemorragia gastrointestinal.
Intoxicação (Overdose). Sem
essa não existe a intoxicação.
Vias de administração para entrada do farmáco:
Oral. A ingestão de comprimidos de ácido
acetilsalicílico é a causa mais frequente de envenenamento com salicilatos; Nos
neonatos e nas crianças outras causas menos comuns incluem a aplicação de geles
nos dentes, transferência placentária e amamentação. Inalação. Concentração
atmosférica máxima permitida de 5 mg/m³.
Cutânea.
Parenteral. Outras vias pode ser
administração retal que veremos em outro capítulo desse livro. A exposição
ocupacional pode ocorrer por contato dérmico ou inalação nos lugares onde o
ácido acetilsalicílico é produzido ou usado.
Sintomas: Salicismo caracterizado por: zumbido (silvo na
audição) e outros distúrbios auditivos; vómitos; vertigens. Revertível se a
dose for reduzida. Hiperpneia: respiração acelerada. Acidose: o ácido acetilsalicílico é um ácido e altas
doses podem causar alcalose seguida por acidose
metabólica, com respiração muito rápida, confusão mental. Raramente:
cardiotoxicidade e intolerância à glicose (diabetes tipo 2); hepatite, sangramento, eritemas, reacções alérgicas
potencialmente graves.
Toxicidade: Em adultos: Toxicidade suave a
moderada 150-300 mg/kg; Toxicidade severa
300-500 mg/kg; Potencialmente letal >500 mg/kg. Em
crianças: Numa criança, a ingestão de 240 mg/kg causará envenenamento moderado
a severo, mas as mortes raramente ocorrem quando menos de 480 mg/kg foram
tomados. O envenenamento com salicilatos em crianças pequenas (<4 anos) é
frequentemente mais sério do que em crianças, uma vez que estas desenvolvem
preferencialmente uma acidose metabólica.
Efeitos tóxicos: Ver Nota Complementar NC6,
tratamento indicado ainda em fase de experimentação, e não aprovado pela
ANVISA. Cuidados.
Os efeitos tóxicos dos salicilatos são complexos.
Os efeitos seguintes parecem ser os efeitos preliminares principais em overdose
por salicilatos: estimulação do centro respiratório; inibição do ciclo do ácido
cítrico (metabolismo dos hidratos de carbono); estimulação do metabolismo dos
lípidos; inibição do metabolismo dos a.a; desacoplar da fosforilação oxidativa;
Alcalose respiratória, acidose metabólica, perda de água e electrólitos ocorrem
como as consequências secundárias principais da intoxicação com salicilatos. A
toxicidade do sistema nervoso central (zumbido no ouvido incluindo perda de
audição, convulsões e coma), a hipoprotrombinemia e edema pulmonar
não-cardiogénico podem também ocorrer, embora o mecanismo permaneça incerto.
Órgãos alvo: todos os tecidos (cujo o
metabolismo celular é afetado), principalmente o fígado, rins, pulmões e o VIII
nervo craniano.
Mecanismo de ação: A atividade dos AINE como
antiagregantes plaquetários e sua capacidade de prolongar o tempo de
sangramento devem-se ao efeito inibidor da síntese de prostaglandinas, mediante
a inativação da cicloxigenase – enzima que catalisa a síntese de
prostaglandinas a partir do ácido araquidônico. Consequentemente, produz-se,
nas plaquetas, e da liberação de tromboxano A2, que é um potente vasoconstritor
e estimulador da agregação plaquetária. Diferentemente de outros AINE, o ácido
acetilsalicílico inibe a agregação plaquetária de forma irreversível. Por isso,
a recuperação da hemostasia normal, após a interrupção do tratamento, depende
da produção de novas plaquetas funcionantes (7 a 10 dias). Por outro lado, o
efeito antiagregante de outros AINE é mantido somente enquanto permanecem no
plasma.
Fármaco/Toxicodinâmica: Náuseas e vómitos ocorrem em
consequência da estimulação dos receptores da mucosa pela irritação gástrica; e
da estimulação dos receptores acessíveis a partir do líquido cerebrospinal,
provavelmente no quimiorreceptor da medula.
Hiperventilação marcada ocorre como consequência do estímulo directo do
centro respiratório. A estimulação indirecta da respiração é causada pela
produção aumentada de CO2 em consequência do desacoplar da fosforilação
oxidativa induzida pelos salicilatos. A alcalose respiratória é consequência da
estimulação directa e indirecta do centro respiratório. Numa tentativa de
compensação, o bicarbonato, acompanhado pelo sódio, potássio e água, é
excretado na urina. O que vai resultar numa desidratação e hipocalcémia mas,
mais importante, a perda do bicarbonato diminui a capacidade tampão do corpo e
permite o desenvolvimento de uma acidose metabólica. O efeito pirético de doses
tóxicas de ácido acetilsalicílico é um resultado directo do desacoplar da
fosforilação oxidativa, e a sudação que acontece posteriormente contribui ainda
mais para a desidratação. Doses elevadas de salicilatos têm efeitos tóxicos
adicionais no SNC, consistindo numa estimulação (incluindo convulsões) seguida
de depressão, confusão, vertigem, tremor nas mãos (sinal precoce de
encefalopatia hepática), delírio, psicose, adormecimento e coma. Doses muito
elevadas de salicilatos têm um efeito depressor na medula e podem causar
paralisia respiratória central, bem como colapso circulatório repentino
subsequente à depressão vasomotora. A perda da capacidade tampão, e os efeitos
do ácido acetilsalicílico no metabolismo dos hidratos de carbono, lípidos e
proteínas conduzem ao desenvolvimento de uma acidose metabólica, ou mais
geralmente, a um distúrbio do equilíbrio ácido-base. A inibição competitiva de
desidrogenases dependentes de NAD+ no ciclo do ácido cítrico conduzirá à
acumulação de intermediários ácidos. O ácido
acetilsalicílico aumenta a entrada e a oxidação de ácidos gordos nas células do
fígado, conduzindo a um aumento da cetogénese, e inibirá também a incorporação
dos a.a. em proteínas causando aminoacidémia. Numa situação de acidose, a
entrada do ião salicilato nas células é promovida, e os efeitos metabólicos são
exacerbados. Hipo e hiperglicemia podem ambas ocorrer no envenenamento com
ácido acetilsalicílico, a hipoglicemia é mais provavelmente devida à demanda
aumentada de oxidação da glucose nos tecidos devido ao desacoplar da
fosforilação oxidativa. Neuroglicopenia pode ocorrer na presença de açúcar
sanguíneo em concentrações normais. Se as reservas hepáticas de glicogénio
forem adequadas, a produção de catecolaminas estimula a glicogenólise que
conduz à hiperglicemia que pode persistir por diversos dias; concentrações
aumentadas de corticosteroides plasmáticos aumentam provavelmente este efeito.
A intoxicação é frequentemente acompanhada por hipoprotrombinemia devido a uma
acção comparável à da varfarina no ciclo da vitamina K1-epóxido, embora isto
raramente cause problemas clínicos.
Fármaco/Toxicocinética: Absorção - O ácido acetilsalicílico é pouco solúvel no
estômago (meio ácido) e os precipitados podem coalescer formando blocos,
retardando desse modo a absorção por 8-24h. Apesar do pH mais elevado do intestino delgado. (Ver Nota
Complementar NC7), a maior área de superfície permite a absorção do salicilato,
e esta ocorre rapidamente em doses terapêuticas. Entretanto, a absorção após
uma overdose ocorre geralmente mais lentamente, e as concentrações sanguíneas
podem continuar elevadas até 24h após a ingestão. A absorção será ainda mais
atrasada se for ingerida uma preparação entérica revestida. Distribuição - Aproximadamente 50-80% do salicilato no sangue
encontra-se ligado a proteínas, enquanto o restante se mantém ativo, no estado
ionizado; A ligação às proteínas é dose-dependente. A saturação de locais de
ligação conduz a um aumento do salicilato livre e a uma toxicidade aumentada. O
volume de distribuição é 0,1-0,2 L/kg. A acidose aumenta o volume de
distribuição pelo aumento da penetração nos tecidos. Tempo de semi-vida
biológico - O ácido acetilsalicílico é hidrolisado no estômago (Ver Nota Complementar NC7) e no sangue a ácido salicílico
e a ácido acético; o tempo de semi-vida biológico é consequentemente apenas 20
minutos. O tempo de semi-vida do salicilato plasmático em doses terapêuticas é
2-4,5 h, mas em situação de overdose aumenta para 18-36 h. Metabolismo - Em
pequenas doses, aproximadamente 80% do ácido salicílico é metabolizado no
fígado. A conjugação com glicina forma o ácido salicilúrico, e a conjugação com
ácido glucurónico forma salicilacil-glucurónicos e salicilfenil-glucurónicos.
Mas estas vias metabólicas têm uma capacidade limitada. Quantidades pequenas de
ácido salicílico são também hidroxiladas a ácido gentísico. Com grandes doses
de salicilatos, passamos de uma cinética de 1.ª ordem (onde a eliminação é
proporcional à concentração plasmática) para uma cinética de ordem zero.
Eliminação - Os salicilatos são excretados principalmente pelo rim na forma de
ácido salicilúrico (75%), ácido salicílico livre (10%),
salicilfenil-glucurónicos (10%), salicilacil-glucurónicos (5%), e ácido
gentísico (< 1%). Quando são ingeridas doses pequenas (<250 mg no
adulto), todas as vias prosseguem pela cinética de primeira ordem, com um tempo
de semi-vida de eliminação de aproximadamente 2-3h. Quando são ingeridas doses
mais elevadas de salicilatos (>4g), o tempo de semi-vida prolonga-se
(15-30h) porque as vias de biotransformação relativas ao ácido salicilúrico e
salicilacil-glucurónicos encontram-se saturadas. A excreção renal do ácido
salicílico torna-se mais importante à medida que as vias metabólicas ficam
saturadas, porque esta é extremamente sensível às mudanças de pH urinário acima
de 6. A alcalinização urinária explora este aspecto particular da eliminação do
ácido salicílico.
Usos clínicos - O ácido
acetilsalicílico não deve ser usada em crianças (menores de 18) devido ao
pequeno risco de síndrome
de Reye, uma doença muitas vezes fatal com danos cerebrais. No adulto raramente
provoca danos permanentes. Enquanto protótipo dos AINE o ácido acetilsalicílico
tem três aplicações básicas: A principal indicação do ácido acetilsalicílico é
o combate as dores, incluindo enxaquecas (dores de cabeça). O paracetamol é mais eficaz enquanto analgésico. É um
eficaz anti-inflamatório. No entanto os seus efeitos adversos a longo prazo
levaram à sua substituição pelo ibuprofeno(outro AINE) para controle da inflamação crônica. É um antipirético. (diminui
a febre). Em todas estas aplicações, se a doença é crônica
e não aguda, é geralmente preferível utilizar outros anti-inflamatórios não-esteroides com menos efeitos secundários
a longo prazo. Devido a esse fato e como é de baixo custo e de venda livre, o
ácido acetilsalicílico é principalmente usada para condições pouco graves que
requerem os três efeitos simultaneamente, como as constipações/resfriados e
outras infecções virais de pouca consequência. Prevenção de enfarte do miocárdio em indivíduos de risco,
como idosos. Pequena dose todos os dias. O ácido acetilsalicílico é a primeira
escolha enquanto antiplaquetário. Angina instável e outros estados de isquémia cardíaca. Previne o crescimento da aterosclerose e a trombose arterial.
Após bypass coronário, previne trombose. Nos dias atuais por
vezes usada na febre reumática, artrite
reumatoide e outras condições semelhantes, mas largamente substituída por
outros AINEs como o ibuprofeno*. É
também utilizada no tratamento da dor devido ao câncer, conjugada com opioides. Na diabetes diminui a formação de placa
aterosclerótica. Também utilizada no mal de Alzheimer e enxaquecas.
Efeitos clinicamente úteis:
Diminui a febre mas não tem efeito na temperatura normal. Diminui a resposta
inflamatória. Diminui a dor inflamatória de
intensidade baixa a moderada, mas é pouco eficaz na dor forte. É um excelente
inibidor da agregação das plaquetas, o primeiro passo na formação dos trombos
arteriais. Combate a formação detrombos nas artérias e previne tromboses arteriais, frequentes causas de infarto do miocárdio e AVCs. Há estudos epidemiológicos que sugerem que a longo
prazo diminui a prevalência de cancro do cólon.
Aplicações em estudo:
Investigação na área do cancro. Estudos epidemiológicos sugerem que o ácido
acetilsalicílico pode ter um efeito protetor no desenvolvimento de certos
tumores como: cancro da próstata, do cólon, colo-rectal, da mama. A
investigação tem sugerido que a inibição da síntese das prostaglandinas pode
prevenir o aparecimento de cancro da mama. A reação final da síntese de
estrogénios depende de uma enzima do citocromo P450 que é estimulada pela PGE2.
Então, a inibição da produção de prostaglandinas vai diminuir consequentemente
a produção de estrogénios. Dada a importância dos estrogénios no desenvolvimento
do cancro da mama, os AINEs podem ter um papel protetor no desenvolvimento do
cancro da mama. Chegou-se à conclusão que o ácido acetilsalicílico estava
associado a uma redução do cancro da mama em pacientes com tumores relacionados
com um excesso de hormonas. Estes resultados são mais evidentes para mulheres
que tomavam 7 ou mais comprimidos de ácido acetilsalicílico por semana.
Ácido acetilsalicílico e
câncer gástrico: Devido à relação
entre inflamação crônica da mucosa do estômago (gastrite) e câncer, postulou-se que o ácido acetilsalicílico, por
causar dano crônico à mucosa no seu uso prolongado, poderia causar câncer. No
entanto, o mecanismo da lesão (fisiopatogenia) da ácido acetilsalicílico é distinto da gastrite, não ocorrendo por inflamação. De fato, não só
o ácido acetilsalicílico não aumenta o risco decâncer
gástrico, como pela sua atividade anti-inflamatória tende a reduzir esse
risco. Pesquisas publicadas em 2009 pelo British Journal of Cancer, realizadas
com mais de 300 mil pessoas que tomaram ao menos comprimido de ácido
acetilsalicílico nos últimos doze meses à pesquisa, tem 36% menos chance de
desenvolver câncer de estômago.
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